Você provavelmente já ouviu falar sobre criatividade, inovação e novidade, e talvez já acabou misturando os conceitos e achado que são iguais, não é mesmo? Pois, saiba que você não está sozinho, muitas pessoas acabam confundindo os termos, achando que os três representam a mesma coisa.

Para se ter uma ideia, segundo pesquisa da plataforma Keep Learning School – escola online voltada a criatividade -, ao fazer o seguinte questionamento: “Você acha que inovação pode ser considerada sinônimo de criatividade?”. A resposta foi bem definitiva, apontando que 77% dos entrevistados considera as duas palavras sinônimas. Instigante, não é mesmo? Pois, saiba que NÃO, apesar de serem parecidas e complementares, os termos não são sinônimos.

Mas e aí, qual a diferença entre eles? O que precisamos saber para aplica-los? Quer saber mais? Basta continuar aqui comigo.

Criatividade, Inovação e Novidade

No mercado atual, com as crescentes mudanças, está cada vez mais sendo requisitado a inovação, principalmente no contexto empresarial, como alternativa de alavancar resultados e encontrar brechas de crescimento. Porém, nem sempre é fácil conseguir entregar algo inovador, mesmo estando com pessoas altamente criativas.

Pareceu confuso? Para simplificar, é necessário está bem alinhado com os conceitos de cada termo.

A criatividade é uma habilidade que consiste em criar, produzir ou inventar algo, seja vindo da imaginação, ou inspirado em algo que já existe, através de novas combinações. É importante ficar claro que a criatividade não se trata de um dom, e que como toda habilidade pode (e deve rs) ser desenvolvida e aprimorada.

O profissional do futuro deve estar pronto para pensar em novas soluções, e para isso, deve conseguir unir sua base de conhecimentos para resolver problemas de forma criativa.

 

De acordo com dados do Fórum Econômico Mundial entre as principais habilidades para se prosperar em 2020 estão:

1. Capacidade para solucionar problemas complexos;

2. Pensamento crítico;

3. Criatividade;

4. Gestão de pessoas;

5. Coordenação ao lado de outras pessoas;

6. Inteligência emocional;

7. Julgamento e tomada de decisão;

8. Orientação a serviço;

9. Negociação;

10. Flexibilidade cognitiva.

Não surpreendente, a criatividade desponta no top 3 das habilidades mais necessárias, isso porque, estamos em um sistema complexo que exige essa habilidade para a sobrevivência das organizações. Além disso, não obstante, diversas pesquisas já apontam esse Soft Skill como necessário para a sobrevivência em um mercado que será dominado pela substituição de trabalhos rotineiros pela automação.

Surpreendente, não é mesmo? Mas… e a inovação?

A inovação está ligada a criação de uma novidade que, na maioria das vezes, traz retornos financeiros, é algo mais externo, e pode-se dizer ainda que é a ação da criatividade, ou seja, é o ato de colocar em prática a sua ideia criativa.

O conceito de inovação pode variar em alguns pontos, de acordo com a visão de alguns autores:

“Inovação é o ato de atribuir novas capacidades aos recursos (pessoas e processos) existentes na empresa para gerar riqueza”.

– Peter Drucker

“Inovação é uma nova ideia implementada com sucesso, que produz resultados econômicos”.

-Ernest Gundling

Em outros termos, pode-se dizer que a inovação é a tradução da ideia em termos rentáveis, que busca o empacotamento da criatividade, para um consumidor e/ou para o mercado.

Já a novidade, de acordo com a definição formal, se trata da condição do que aparece, do que se apresenta pela primeira vez, ou seja, algo novo que ainda não foi visto ou apresentado ao mercado. 

MAS ATENÇÃO: Novidade é o produto da inovação, porém, nem sempre novidade é inovação!

“O que fez você chegar onde você está hoje, não é o que vai te fazer chegar no próximo nível.”

-Murilo Gun

Deu pra notar que todos os termos são bem parecidos e complementares, porém não são iguais, nem sinônimos.

Como esses termos se relacionam?

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Os termos se assemelham bastante e tem uma ligação muito clara.

 

A criatividade é o processo inicial da inovação, é quando se tem a ideia, que por meio da “combinatividade” de conhecimentos e expertises se pensa em algo novo, seja um novo produto ou serviço.

A combinatividade diz respeito a combinar, de forma criativa, itens de “mundos” diferentes que resultam em algo novo, para esse processo, é muito importante trazer conceitos e conhecimento de várias áreas diferentes, aqui destaca-se o profissional em forma de T (especialista multidisciplinar) em detrimento do profissional I (especialista). Nesse processo, ocorre o trabalho mental de formulação das ideias. Por ser algo que pode se apresentar de diversas formas, e geralmente ainda está no nível de ideação, a criatividade é algo bastante subjetivo.

A partir daí, com uma ideia criativa concebida, ocorre o processo de empacotamento dessa ideia, execução e lançamento no mercado, visando trazer uma solução para um problema, ao mesmo tempo, que busca gerar receita. Inicia-se então o processo de inovação, e o resultado disso, do que é lançado com a inovação, é o que chamamos de novidade.

“O que normalmente falta nas organizações não é a criatividade, do ponto de vista de geração de ideias, mas sim a inovação, do ponto de vista de ação e produção, isto é, colocar as ideias para trabalhar.”

-Theodore Levitt

Viu como todos os termos estão bastante relacionados, mas, que apesar disso, cada um tem suas peculiaridades? Bastante interessante ver que todos andam de mãos dadas, mas e nas empresas, como fazer para colocar esses conceitos em prática?

Aplicação nas empresas

É nítido a necessidade de as organizações estarem se reinventando e trazendo inovações em seus modelos de negócios. Porém, muitas ainda acabam tendo dificuldades em ter uma cultura de criação, inovação e novidade em seus meios. Muito por conta da presença de diversos bloqueios que são instalados, principalmente na visão de vários empreendedores.

Um dos maiores bloqueios inibidores do pensamento criativo é o bloqueio do gabarito, que se trata da total reclusão a erros. Esse bloqueio, tem origens profundas nos seres humanos, desde o período da menor idade (crianças, época da escola) e segue até a fase adulta, nesse contexto, somos submetidos a um processo de discriminar tudo que fuja do padrão e que seja novo, onde o certo é sempre está de acordo com o que já estava definido, não abrindo espaço para exploração de novas ideias, o que acaba sendo uma barreira e tornando o processo criativo inexplorado.

Esse “medo” de explorar o novo e, consequentemente, de está aberto ao erro, criam crenças limitantes que a geração de novas ideias que fujam do “normal” não é correto, e é apenas para determinadas pessoas, os grandes “gênios criativos”. E é aí que está o primeiro grande erro das empresas, o medo de errar.

Empresas que não dão espaço para a criatividade, não conseguem inovar e nem inspiram seus colaboradores a pensarem em alternativas de melhorias para seus negócios, e tendem a permanecer no mesmo lugar.

É notório, a crescente e desenfreada adaptação global, tanto no comportamento das pessoas e consumidores, quanto em necessidades de mercado, o que demonstra que a estagnação e a zona de conforto podem não ser suficiente para competir com os novos modelos de negócios atuais. Aqui, destaca-se as startups que tem em sua cultura a valorização da criatividade e inovação, por reconhecem as mudanças de mercado, e não considerarem as falhas como um fracasso, mas sim, como uma oportunidade de mudarem a sua estratégia, sem mudar a visão (pivotar), e buscar uma nova forma de entregar soluções.

Nem todas as empresas, e nem todos os colaboradores vão ser criativos e inovadores, mas deve-se criar oportunidades para que essa habilidade seja desenvolvida, e uma dessas formas é trabalhar valorizando a experimentação.

Uma forma de conseguir despertar a criatividade e consequentemente a inovação, é experimentando estratégias e soluções, dando a oportunidade e abertura, para serem encontradas novas saídas para os problemas, permitindo a liberdade para a exposição de novas ideias criativas, estimulando assim, o processo de inovação. É importante ressaltar ainda, que todas as ideias devem sim ser escutadas, e deixar as “negativas” apenas na fase de definição, isso retira as amarras dos colaboradores de pensar em coisas disruptivas.

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Enfim, existem amarras que inibem a inovação e o lançamento de novidades no mercado. Porém, um dos primeiros passos para mudar essa realidade, é conseguir enxergar as coisas por ângulos diferentes, é deixar fluir a criatividade, para conseguir novas respostas para os novos problemas, e isso não é dom, não é um “bixo de sete cabeças”, basta apenas entender que esse é o futuro, e que deve-se criar oportunidades e dar a abertura necessária para o desenvolvimento dessa habilidade.

E aí, conseguiu diferenciar os conceitos? Notou a importância de aplica-los em sua empresa? Pois, agora é com você! Tá esperando o quê para combinar seus conhecimentos, ter ideias criativas, inovar e entregar uma super novidade que resolva um problema de seus clientes e ainda gerar receita? Vamos lá, só depende de você.

Por: Ian Soares

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